Portais públicos são debatidos na UNA


O auditório da Una Aimorés foi sede do Primeiro Fórum Portais Públicos - Desenvolvimento e Gestão de Ações na Internet, que aconteceu no dia 19 de novembro.

O evento contou com a participação de representantes de diversas instituições públicas de Minas Gerais. O fórum tem como objetivo discutir o trabalho desempenhado pelas áreas de Comunicação no desenvolvimento e gerenciamento de ações e estratégias na rede de computadores.

O superintendente de Imprensa da Subsecretaria de Comunicação Social (Subsecom), Hugo Teixeira, acredita que a “questão tecnológica é um pêndulo”. Ele explicou que com o avanço da informática as funções voltaram a se concentrar em apenas uma pessoa, assim como era no início da experiência jornalística.

Para o superintendente é um exagero dizer que as transições pelas quais as mídias passam são uma revolução (Twitter). Ele ressaltou que as transições são muito importantes, mas fazem parte da evolução natural. “Não existe nenhuma fronteira, sempre vêm algo novo”, salientou. Hugo Teixeira destacou as ferramentas utilizadas no portal Agência Minas e informou que a partir de dezembro o site não terá mais transmissões via satélite.

Ouça uma entrevista com Hugo Teixeira:



A diretora de divulgação e comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nereide Mourão, disse que “é preciso perceber a web como fonte de informação e investir realmente na comunicação digital". Segundo ela, o site da UFMG tem mais de 10 anos e precisa ser reformulado para que os outros portais das reitorias sejam unificados.

A coordenadora do portal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Nancy Leite, fez uma apresentação do site. Segundo ela, o portal foi estruturado de forma a facilitar a busca pelas informações sobre a atividade fim do Tribunal.

O diretor do portal da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Etevaldo Lucas Queiroz, relatou a reformulação da intranet da empresa. De acordo com ele, o projeto é desafiador, uma vez que “a equipe é enxuta e o trabalho é intenso”. Carlos Plácido, gerente de edição eletrônica, responsável pelo portal da Prefeitura de Belo Horizonte, acredita que a comunicação não está totalmente posicionada com relação ao desenvolvimento de gestão e conteúdo. Ele pontuou ainda que a comunicação precisa começar a assumir a área de tecnologia para definir as prioridades e a partir daí definir as ferramentas.

O diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Lúcio Perez, também participou do evento. Na avaliação dele, as pessoas querem ver no site transparência e prestação de contas dos deputados. “É importante que o portal contenha o que o internauta espera encontrar e não somente o que a instituição quer falar”, enfatizou. Ele também informou que uma nova versão da intranet será inaugurada, mais rápida e eficaz.

Confira no Delicious do Pauta Aberta outros portais públicos.

"Sou jornalista e não tenho opinião"


O jornalista e escritor Villas-Bôas Corrêa fez com que os ouvintes da palestra que ministrou na Academia Mineira de Letras, dia 12 de novembro, viajassem de volta ao passado e revivessem momentos que foram marcos históricos do País. Com bom humor e uma lucidez de dar inveja, o jornalista, de 85 anos, traçou cuidadosamente um perfil histórico, político e cultural do Brasil.


Villas-Bôas, que tem 60 anos de jornalismo, esteve lado a lado com grandes nomes da política do Brasil e do mundo, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, este último o deixou impressionado por ser muito bonito. O autor do livro “Conversa com a Memória”, lançado no mesmo evento, revelou fatos que muitos desconhecem.

Getúlio Vargas, por exemplo, segundo Villas-Bôas, era um homem solitário, simples, trabalhador, mulherengo e tinha um quarto que se “assemelhava ao de um estudante pobre e relaxado”. O jornalista, durante a palestra, leu trechos do Diário de Getúlio Vargas, uma publicação do verdadeiro diário que ficou guardado e silenciado por muitos anos. Nele o presidente revela sua vida de trabalho e suas aventuras amorosas.

Assista Vídeo com trechos do livro:



O escritor também levantou alguns fatos (Twitter), que para ele, foram erros do passado que repercutem até os dias de hoje. Ele citou, como exemplo, a construção de Brasília. Na avaliação do jornalista, a mudança da capital foi leviandade. “O projeto foi aprovado porque ninguém imaginava que fosse acontecer tão rápido”, disse.

Segundo Villas, não houve um programa que devolvesse as pessoas que trabalharam nas obras para a sua terra, com isso foram se desenvolvendo as favelas. Ele também salientou que a cidade não estava pronta para receber o contigente de pessoas. “A partir disso, nasceu a mordomia. Não tinha como os políticos levarem suas famílias para Brasília, então criaram as verbas indenizatórias e mais uma série de benefícios”, explicou.

Villas-Bôas acredita que estamos vivendo a crise da decadência das instituições nacionais. Ele disse que “há uma degradação ética e moral dos três Poderes”. Ao ser questionado sobre qual seria a solução para a corrupção no País, o jornalista respondeu que “é fechar o Brasil para balanço e passar tudo a limpo”.

Ouça entrevista com Villas-Bôas Corrêa: