"Sou jornalista e não tenho opinião"


O jornalista e escritor Villas-Bôas Corrêa fez com que os ouvintes da palestra que ministrou na Academia Mineira de Letras, dia 12 de novembro, viajassem de volta ao passado e revivessem momentos que foram marcos históricos do País. Com bom humor e uma lucidez de dar inveja, o jornalista, de 85 anos, traçou cuidadosamente um perfil histórico, político e cultural do Brasil.


Villas-Bôas, que tem 60 anos de jornalismo, esteve lado a lado com grandes nomes da política do Brasil e do mundo, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, este último o deixou impressionado por ser muito bonito. O autor do livro “Conversa com a Memória”, lançado no mesmo evento, revelou fatos que muitos desconhecem.

Getúlio Vargas, por exemplo, segundo Villas-Bôas, era um homem solitário, simples, trabalhador, mulherengo e tinha um quarto que se “assemelhava ao de um estudante pobre e relaxado”. O jornalista, durante a palestra, leu trechos do Diário de Getúlio Vargas, uma publicação do verdadeiro diário que ficou guardado e silenciado por muitos anos. Nele o presidente revela sua vida de trabalho e suas aventuras amorosas.

Assista Vídeo com trechos do livro:



O escritor também levantou alguns fatos (Twitter), que para ele, foram erros do passado que repercutem até os dias de hoje. Ele citou, como exemplo, a construção de Brasília. Na avaliação do jornalista, a mudança da capital foi leviandade. “O projeto foi aprovado porque ninguém imaginava que fosse acontecer tão rápido”, disse.

Segundo Villas, não houve um programa que devolvesse as pessoas que trabalharam nas obras para a sua terra, com isso foram se desenvolvendo as favelas. Ele também salientou que a cidade não estava pronta para receber o contigente de pessoas. “A partir disso, nasceu a mordomia. Não tinha como os políticos levarem suas famílias para Brasília, então criaram as verbas indenizatórias e mais uma série de benefícios”, explicou.

Villas-Bôas acredita que estamos vivendo a crise da decadência das instituições nacionais. Ele disse que “há uma degradação ética e moral dos três Poderes”. Ao ser questionado sobre qual seria a solução para a corrupção no País, o jornalista respondeu que “é fechar o Brasil para balanço e passar tudo a limpo”.

Ouça entrevista com Villas-Bôas Corrêa:




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